Quando morava em Saquarema, com meus 17 ou 18 anos, eu ficava me perguntando “Será que nunca vou sair daqui?”. Naquela época, as passagens eram bem caras e só viajava quem fosse rico. Eu ficava imaginando como era surfar no Havaí, a tão cobiçada Pipeline. Ficava me imaginando nos tubos perfeitos havaianos, mas minha realidade era outra.
Um dia peguei uma revista de Bodyboard cuja capa dizia “Viajar é preciso”. Eu fiquei maluco. Era tudo o que eu queria pra mim e lá no fundo sabia que minha hora chegaria.
Inconscientemente, antes de começar a praticar o DeRose Method, eu mentalizei tanto, mas tanto, que tudo acabou acontecendo. E conheci não só Pipeline, mas os melhores tubos desse planeta.
Já surfei Teahupoo, Apocalypse, The Box, Pipeline e muitas outras ondas. É muito difícil surfar ondas tubulares, principalmente quando é a primeira vez, mas com o treinamento que faço de técnicas corporais, de respiração e concentração, eu ganho muita confiança em mim e consigo surfar com mais consciência e tranquilidade.
Já tem dez anos que venho fazendo viagens com o propósito de surfar e, se fosse reescrever a matéria para a revista, eu mudaria o título da capa para “Viajar é vital”, porque é quando eu trago meus sonhos para o presente.