Tradução de um precioso texto da Professora Yael Bacersat, Diretora da Sede Decana do Método DeROSE.
Muitas vezes essa expressão é utilizada para se referir o espaço que envolve uma pessoa e dentro do qual os demais são considerados intrusos, exceto por algumas concessões especiais que fazem ao parceiro afetivo ou a outros seres a quem se concede a graça da proximidade corporal. Em geral, quanto mais refinada a pessoa, maior é o espaço vazio de que precisa ao seu redor para se sentir bem. De todas as formas, isto varia de uma cultura para outra.
Expandir o espaço vital, não no sentido de se alienar do entorno de si, pelo contrário, de ter consciência do que está além de nosso limitado contexto, constitui uma capacidade pouco comum, que permite a quem a desenvolve ampliar também o seu campo de percepção, portanto, sua consciência.
Levar a atenção à borda do mundo pessoal é ampliar os confins desse universo e incluir nele os seres que transitam por fora. Poderia se pensar que seria dispersão tirar a atenção de sua própria órbita; não obstante, o resultado é o oposto: prestar atenção, cuidar do aparentemente alheio, tem como resultado um aprendizado valioso, o da generosidade.
Essa virtude tende a se exacerbar naquelas que tem o hábito de prestar atenção ao que ocorre além do seu pequeno círculo. Por outro lado, a habilidade de lidar com maior quantidade de informação proveniente do entorno tem o efeito de minimizar a inquietude perante às dificuldades pessoais. Os obstáculos se tornam relativos, já que sua natureza muda segundo o ângulo a partir do qual se observa; como as rochas, que podem ser usadas como arma ou como cimento de uma casa.
Esse aprendizado só se obtém da experiência de se observar a partir de fora, de apreciar o mundo interno com outros olhos, com a visão clara de quem consegue transitar pela borda, e não se deixar sempre no centro.
Yael Bacersat