Por Fernanda Macedo, instrutora da Escola Leblon
Já reparou que quando se está emocionalizado, não se consegue racionalizar? Isso serve tanto para emoções ruins, quanto para as boas: quando se está apaixonado, eufórico, triste ou com raiva. O ditado popular já dizia: “não tome nenhuma decisão de cabeça quente”. Se você tem um desentendimento com o namorado, não é uma boa ideia terminar o relacionamento no meio de uma discussão acalorada. Ou quando se está muito apaixonado por alguém, talvez não seja o momento de resolver mudar de cidade para ficar próximo daquela pessoa. Ou ainda, se está extremamente feliz porque recebeu aumento, mesmo assim, melhor deixar passar a euforia antes de fechar um cruzeiro pela Europa!
Nunca aconteceu de você estar tentando estudar ou trabalhar, mas por encontrar-se emocionado por alguma paixão ou ciúme, não conseguir render naquela atividade intelectual? Nossos sentimentos e emoções tem a capacidade de obscurecer nossos pensamentos. A mente não consegue fluir livremente quando o emocional não está estabilizado. Portanto, as emoções eclipsam a mente.
E o que fazer para atenuar esses efeitos?
Respondo-lhes a essa pergunta com a sabedoria de quem já passou por isso muitas vezes: respire! Sei o que está pensando: ‘Ok, mas eu respiro o tempo todo e mesmo assim continuo me emocionando!’ O que eu quero dizer é mudar o paradigma de respiração que você está acostumado.
Geralmente uma respiração curta e automática. Tornar sua respiração consciente, profunda e ritmada. Com certeza já falaram para você para respirar fundo, ou contar até dez, antes de tomar uma atitude. Na verdade, o que estavam pedindo é que você desse mais atenção a sua respiração.
Se você não está acreditando no meu conhecimento empírico, vou me basear então em algo mais científico. Emma Seppala é psicóloga, Ph.D pela Universidade de Stanford. Um de seus estudos tem por base as vantagens de uma respiração consciente. Fazendo um super resumo da sua pesquisa, basicamente o que ela quer nos dizer é que, da mesma forma como quando nos emocionamos nossa respiração muda – mais rápida e curta quando estressados e mais profunda quando relaxados, nossas emoções também podem ser alteradas quando mudamos nossa respiração! Revolucionário, não?
Um dos ritmos respiratórios recomendados por ela, e também por mim, é o chamado ritmo quadrado. Ou seja, você utiliza o mesmo tempo para todas as fases da sua respiração. Por exemplo, inspira em 4 segundos, retém com ar nos pulmões o mesmo tempo, expira contando 4 segundos, e retém sem ar o mesmo tempo.
Dificilmente conseguimos dizer para nós mesmos o que fazer quando nossas emoções vêm à tona. É nesse momento que entra a respiração. No começo é difícil, mas não desista e você verá que vale a pena!